
BUENOS AIRES, Argentina (AP) — O campeão em título Argentina celebrou durante toda terça-feira, pois a equipe garantiu seu lugar na Copa do Mundo de 2026 horas antes de uma histórica vitória por 4-1 sobre o arquirrival Brasil.
O fracasso da Bolívia em vencer o Uruguai significava que a Argentina tinha margem suficiente nas eliminatórias sul-americanas para garantir um dos seis lugares diretos do continente para a Copa do Mundo de 48 equipes que será co-hospedada no próximo ano pelos EUA, Canadá e México.
Após o empate em 0-0 da Bolívia com o Uruguai em El Alto, cerca de 85.000 torcedores animados da Argentina iniciaram as festividades no Estádio Monumental de Nunez, apesar da ausência de Lionel Messi. Eles estavam cantando pela noite em Buenos Aires, agora mais confiantes de que sua equipe pode defender o título da Copa do Mundo.
Para o Brasil, seu pior déficit na história das eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo aumentou a pressão sobre o técnico Dorival Júnior.
O Brasil está em quarto lugar nas eliminatórias sul-americanas com 21 pontos, 10 atrás da Argentina, mas apenas dois atrás do Equador, que empatou em 0-0 com o Chile. Uruguai em terceiro lugar e Paraguai em quinto também têm 21 pontos e a Colômbia está um ponto atrás deles em sexto. A Venezuela em sétimo lugar tem 15 pontos após uma vitória por 1-0 sobre o Peru em nono.
O Brasil estava sem três titulares regulares — o goleiro Alisson, o defensor Gabriel Magalhães e o meio-campista Bruno Guimarães — e não foi realmente competitivo do início ao fim.
É a primeira vez que a Argentina vence ambos os jogos contra o Brasil em um torneio de qualificação para a Copa do Mundo. A vitória em casa também foi a primeira da Argentina contra os brasileiros desde a classificação para a Copa do Mundo de 2006.
A Argentina liderou as eliminatórias sul-americanas desde o início, com poucos solavancos e importantes vitórias fora de casa contra Brasil e Uruguai. Mas o técnico Lionel Scaloni não escalou Messi, de 37 anos, em vários jogos, o que ainda levanta dúvidas sobre se a estrela jogará na Copa do Mundo no próximo ano.
Messi tem uma lesão no adutor e não foi incluído na equipe da Argentina para as duas últimas partidas.
ESTILO ARGENTINO, DESESPERO BRASILEIRO
O atacante Julián Álvarez disse que a grande vitória da Argentina "é histórica por causa do rival, do contexto, do que foi dito, da grande partida que jogamos e porque estamos qualificados para a Copa do Mundo".
"Muito humildemente fizemos nosso trabalho", disse ele.
A Argentina marcou seus dois primeiros gols em apenas 12 minutos de jogo, ambos graças a passes precisos e alguma defesa desajeitada do Brasil.
Álvarez marcou o primeiro no 4º minuto depois que Marquinhos, Murillo e Guilherme Arana falharam em alcançar a bola. O atacante argentino chutou entre as pernas do goleiro Bento de perto.
A Argentina marcou novamente oito minutos depois com Enzo Fernández, mais uma vez de perto após um cruzamento rasteiro de Gonzalo Molina.
O Brasil descontou com Matheus Cunha no 26º depois de um erro de Cristian Romero, que perdeu a bola para o brasileiro na ponta da área. Enzo Fernández encontrou Alexis Mac Allister irrompendo na área penal desmarcado 11 minutos depois para fazer 3-1 para a Argentina.
No intervalo, o Brasil procurou se firmar aumentando sua presença no meio-campo com Joao Gomes e a substituição de Murillo e do atacante Rodrygo. Mas foi em vão, com Giuliano Simeone marcando para a Argentina no 71º depois que quatro defensores brasileiros falharam em bloquear um cruzamento rasteiro na frente de seu gol.
"Tudo o que planejamos, desde o primeiro minuto de jogo, não aconteceu", disse o técnico do Brasil em uma coletiva de imprensa. "Argentina foi muito melhor em todos os sentidos. Peço desculpas aos torcedores do Brasil, esperávamos algo muito diferente do que mostramos. Foi uma noite muito difícil para nós".
O capitão do Brasil, Marquinhos, disse que todos os jogadores deveriam ter feito melhor em Buenos Aires.
"Não é apenas sobre Dorival", disse Marquinhos. "Isso não é apenas culpa do treinador, também é dos jogadores. Precisamos ter a cabeça no lugar. Eles (Argentina) também tiveram momentos difíceis antes e superaram. Nós também podemos fazer isso".
Ednaldo Rodrigues, presidente da confederação de futebol do Brasil, disse que falaria com a imprensa nacional na quarta-feira, mas não respondeu se Dorival Júnior seria o principal tema.
Os jogadores argentinos celebraram com seus fãs, pedindo "um minuto de silêncio" para o Brasil. A equipe de Scaloni não perdeu para seus rivais desde 2019.
As próximas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo serão jogadas em junho.
Savarese relatou de São Paulo.